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Preço de transferência e sua relação com a reforma tributária
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Preço de transferência e sua relação com a reforma tributária 

Você conhece o termo preço de transferência? E reforma tributária, já ouviu falar nela? No atual cenário econômico, a Gestão Tributária se tornou uma prioridade estratégica para as empresas de todos os tamanhos.

Com a crescente complexidade das legislações e a pressão por eficiência fiscal, é imprescindível que as organizações estejam bem informadas sobre as normas que regem a operação, você concorda?

Nesse contexto, com a aprovação da reforma tributária brasileira, um tema amplamente debatido, existe um impacto na forma como as empresas conduzem as operações e gerenciam as obrigações fiscais, especialmente em relação ao fator de transferência de preço.

Ao longo deste artigo, vamos:

  • Entender o que é transfer price;
  • Conhecer o que são preços de transferência;
  • Saber o que a legislação brasileira diz sobre o assunto;
  • Ver os métodos para calculá-lo;
  • Perceber como a reforma tributária impacta diretamente nos preços de transferência; 
  • E entender melhor a importância de realizar uma boa gestão tributária na área.

Continue conosco para saber mais sobre esse assunto!

O que é preço de transferência?

O preço de transferência, do inglês transfer price ou transfer pricing, é o valor atribuído a bens, serviços e ativos intangíveis trocados entre entidades de um mesmo grupo empresarial.

Essa prática é especialmente relevante para empresas multinacionais, que frequentemente realizam transações entre subsidiárias em diferentes países.

O conceito de preço de transferência está relacionado com a base tributária das empresas, influenciando o montante de impostos a serem pagos em cada jurisdição.

As transações entre partes relacionadas devem ser realizadas em condições de mercado, ou seja, a preços que seriam cobrados entre empresas independentes em circunstâncias comparáveis.

Essa exigência é especialmente importante para garantir a transparência e a justiça no sistema tributário, evitando a evasão fiscal e o planejamento tributário agressivo.

O que diz a legislação brasileira sobre preços de transferência?

No Brasil, a lei sobre preços de transferência é regida por normas específicas que visam regular as transações entre as partes relacionadas.

A principal norma é a Instrução Normativa RFB nº 1.312/2013, que estabelece os métodos a serem utilizados para calcular o preço de transferência e define os procedimentos que as empresas devem seguir.

Um dos principais aspectos da lei sobre preço de transferência é a obrigatoriedade de comprovação dos valores praticados nas transações, o que implica que as empresas devem manter uma documentação adequada para justificar os valores utilizados.

Essa tarefa inclui a realização de estudos de preço de transferência, que analisam as práticas de mercado e justificam as condições em que as transações foram realizadas.

Além disso, a legislação atual prevê penalidades para as empresas que não cumprirem as regras de preços de transferência, o que pode resultar em ajustes tributários e até multas.

Portanto, é essencial que as empresas brasileiras estejam atentas às normas e adotem práticas que garantam a conformidade.

Quais são os métodos para calcular o preço de transferência?

Você sabe como calcular preço de transferência? A legislação brasileira prevê diferentes métodos para isso, sendo cada um adequado a situações específicas. Vamos entender brevemente os principais tipos:

1. Método do Preço Comparável Independente (PCI)

O Método do Preço Comparável Independente (PCI) é utilizado quando existem transações similares entre empresas independentes que podem servir como referência.

A ideia é ajustar o preço praticado nas transações entre partes relacionadas com base em preços obtidos em transações comparáveis realizadas por empresas não relacionadas. 

Esse método é frequentemente considerado o mais confiável, pois reflete as condições do mercado.

Como exemplo, podemos citar uma empresa multinacional que vende um software a uma subsidiária localizada em outro país. Para realizar essa transação, a organização se baseia em transações semelhantes. 

2. Método do Preço de Revenda menos Lucro (PRL)

O Método do Preço de Revenda menos Lucro (PRL) é aplicado em situações em que o produto ou serviço é adquirido de uma parte relacionada e posteriormente revendido a um terceiro.

Nesse caso, o preço de transferência é calculado subtraindo-se o lucro esperado do preço de revenda. Esse método é útil para empresas que atuam como intermediárias nas transações.

Vamos a um exemplo prático: uma determinada distribuidora de bebidas compra um lote de refrigerantes de uma fabricante de sua própria rede. Ela paga R$ 2 por unidade e, ao vender, percebe que o preço de revenda no mercado é de R$ 5.

A empresa decide que deseja obter um lucro de R$ 1,50 por unidade. Portanto, utilizando o método PRL, o preço de transferência que a distribuidora aplica ao adquirir os refrigerantes da fabricante é de R$ 5 (preço de revenda) menos R$ 1,50 (lucro desejado), resultando em um preço de R$ 3,50.

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3. Método do Custo de Produção mais Lucro (CPL)

O Método do Custo de Produção mais Lucro (CPL) é utilizado quando os custos de produção são bem definidos.

Neste caso, o preço de transferência é calculado somando-se ao custo de produção um percentual de lucro considerado razoável. Esse método é frequentemente usado em indústrias onde os custos são facilmente mensuráveis.

Para entender melhor o conceito deste método, acompanhe o seguinte exemplo: uma fábrica de móveis produz mesas e determina que o custo total para fabricá-las é de R$ 300 por unidade, incluindo materiais e mão de obra.

A empresa deseja adicionar uma margem de lucro de 20% sobre o custo. Portanto, o cálculo é R$ 300 (custo) + R$ 60 (20% de R$ 300) = R$ 360. Assim, ao vender a mesa para sua subsidiária, a fábrica utiliza R$ 360 como preço de transferência.

Como a reforma tributária impacta os preços de transferência?

A proposta de reforma tributária no Brasil tem como objetivo simplificar o sistema, unificando tributos e alterando a forma como os impostos são aplicados. E essas mudanças têm potencial para afetar as práticas de preços de transferência de várias maneiras.

Primeiro, a reforma pode levar à alteração das alíquotas de impostos, o que pode influenciar a maneira como as empresas definem seus preços de transferência.

Em um ambiente tributário mais transparente e simplificado, as empresas podem precisar revisar suas estratégias para garantir que os preços praticados estejam alinhados com as novas condições do mercado.

Além disso, a reforma pode introduzir novos mecanismos de controle e compliance, exigindo que as empresas mantenham uma documentação ainda mais rigorosa sobre as transações entre partes relacionadas. 

Isso pode significar um aumento na carga administrativa, mas também representa uma oportunidade para as empresas aprimorarem a gestão tributária.

Qual é a importância da Gestão Tributária nesse contexto?

A gestão tributária é fundamental para as empresas que desejam otimizar as operações e garantir a conformidade com a legislação.

Uma boa gestão tributária permite que as organizações identifiquem oportunidades de planejamento fiscal, minimizando riscos e custos.

No contexto da reforma tributária e das práticas de preços de transferência, uma gestão tributária eficaz pode fazer a diferença entre o sucesso e o fracasso. Logo, investir em conhecimento e especialização na área é essencial.

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